Vereador tem reunião com professor da Furg sobre Comissão de Meio Ambiente
O ecólogo Marcelo Dutra, professor de Ecologia da Universidade Federal de Rio Grande (FURG), conversou essa semana como o vereador Cristiano Silva (PSDB). Desse encontro, o doutor em Ciências escreveu artigo que trata de questões ambientais para Pelotas. Veja a íntegra abaixo:
“Quarta-Feira de Cinzas, 2 de março, enterro dos ossos, primeiro dia da Quaresma, que tem como significado cristão a reflexão sobre o dever da conversão, da mudança de vida, do arrependimento pelos erros cometidos e quando somos convidados a lembrar que vida é passageira, transitória e frágil. Neste dia, fui ao encontro do amigo, contemporâneo de colégio, o advogado, vereador e presidente da Comissão Temática de Meio Ambiente, Cristiano Silva.
Nos encontramos em seu escritório, no centro, para um bate-papo franco e aberto sobre as demandas ambientais da nossa cidade. Aproveitei a oportunidade para manifestar ao presidente minhas principais preocupações, em especial a situação caótica que enfrentamos no saneamento básico; a falta de uma política municipal de conservação e acesso da comunidade aos espaços verdes; com o corte indiscriminado de árvores, destruição das matas do Laranjal e áreas úmidas; bem como a mais completa ausência de fiscalização, de controle e transparência, em meio a licenciamentos ruins, dentro da pior gestão da história da Secretaria de Qualidade Ambiental.
O Vereador me escutou atento, fez anotações e começamos a debulhar os temas. Lembrou que se aproxima o debate do Plano Diretor e que esta será uma oportunidade para corrigir erros praticados na última reforma, realizada em 2018. Que não foram poucos! O Plano Diretor é o nosso plano estratégico de cidade e devemos aproveitar o momento para incluir limites na expansão da cidade. Cristiano está preocupado com a expansão de novos condomínios e loteamentos na direção do Laranjal e convergimos na percepção de que falta infraestrutura e serviços para comportar tanto crescimento, além da degradação generalizada que estamos permitindo e aprovando. No caso, a administração pública.
Em seguida, nos concentramos na área do desativado Ecocamping. Cristiano é contra o fechamento e acredita ser possível oferecer ao uso da comunidade, pelo menos, uma parte do espaço. O lazer está impedido, a visitação de escolas e as pessoas não têm para onde ir, destacou. Disse que reserva o mesmo sentimento em relação a orla do Barro Duro, que está fechada ao uso, degradada e abandonada pelo poder público. E nesta linha do abandono também citou a comunidade da Barra, que está crescendo sem urbanidade, com áreas invadidas e sem solução para um acesso seguro e permanente.
Neste momento, entrou em cena a questão da falta de interesse na criação de espaços de conservação, inclusive públicos, que estão sob o domínio municipal. Cristiano lamentou ter sido “escanteado” pelo governo do debate sobre a criação da UC do Pontal da Barra e não vislumbra avanços, não no curto prazo. Que neste momento está sendo discutido uma forma de adquirir a área, mas que vê poucas possibilidades. E que até lá é preciso dar uma atenção especial para o entorno ameaçado, desta e de outras áreas naturais, ainda integradas, relacionadas ao contexto urbano.
Encerramos falando da possibilidade de trabalharmos em audiências públicas temáticas, voltadas para questões específicas, com o intuito de gerar resultados. Destaquei a falta de tratamento adequado ao esgoto, o fato da nossa água não ser segura, o baixo investimento em drenagem, os riscos associados às mudanças climáticas, arborização urbana, conservação da natureza e a falta de acesso ao lazer. Cristiano sugeriu, então, que a primeira seja sobre a situação do Ecocamping e a partir dessa os desdobramentos do acesso e atenção à comunidade, bem como as políticas necessárias para fortalecer nosso esforço de conservação das áreas naturais. Agora, vamos trabalhar isso.”
Por assessoria de imprensa vereador Cristiano Silva (PSDB).