Mobilização de vereadores contra o aumento dos pedágios no Polo Municipal
Na manhã desta quinta-feira (03), na Câmara de Vereadores de Pelotas, membros do poder legislativo se manifestaram na tribuna após a Agência Nacional de Transporte e Trânsito (ANTT) autorizar correção nas tarifas das cinco praças do Polo Pelotas.
Com a aprovação da nova revisão, o valor da tarifa para os carros, por exemplo, passou de R$ 12,30 para R$15,20.
Desde de 2020, ano em que estávamos na fase crucial da pandemia do Covid-19, essa é a terceira vez que a ANTT concedeu autorização à Ecosul para realizar reajuste. O primeiro foi de R$0,10 e o segundo foi R$0,60. Ambas tentativas foram suspensas em razão de medidas protocoladas no Tribunal de Contas da União (TCU).
“Estamos iniciando uma Frente Parlamentar em parceria com o vereador Cauê Fuhro Souto (União Brasil), trazendo outros vereadores que queiram fazer parte dessa pauta. Tratamos a um bom tempo sobre o desenvolvimento econômico da nossa região e esse aumento do pedágio é uma forma de nos colocar mais abaixo do que já estamos, somos uma região ‘pobre’ e ‘carente’, e o reajuste nos deixará mais fragilizados ainda, porque os insumos que chegam até a cidade subirão, impactando diretamente toda população. Não adianta lutarmos por uma nova política econômica, de geração de empregos, incentivos para trazer empresas e indústrias para Pelotas; se aumentam o nosso pedágio em mais de 23%. Já estamos em tratativas com o ministro Maurício Nazar, com o deputado Daniel Trzeciak (Daniel da TV), além de outras forças políticas da região para barrar esse reajuste que escraviza cada vez mais a nossa região”, afirmou o Vereador Rafael Amaral (PP). Um dos primeiros a se manifestar contrário a decisão da Ecosul, empresa que atua desde 1998 no mercado.
Os parlamentares pelotenses idealizaram um requerimento junto aos demais membros do poder legislativo contra o aumento abusivo dos pedágios da região sul.
“Eu e o vereador Rafael Amaral somos sempre favoráveis ao desenvolvimento na cidade de Pelotas. Já fomos um polo industrial e hoje infelizmente afastamos os empreendedores daqui. Criando essa frente em defesa do desenvolvimento contra o reajuste, a gente luta em favor do crescimento. Ou seja, esse acréscimo no valor afasta empresas que podem vir e as que já atuam aqui. Além de pesar no bolso do consumidor final de alimentos, combustíveis e etc. O Rafael Amaral ficou com a presidência e eu serei o vice. Além do Vereador Cristiano Silva (UB) que se fará muito presente na luta. O mais breve possível estaremos em Brasília conversando com o Tribunal de Contas da União (TCU)”, manifestou o vereador Cauê Fuhro Souto.
O vereador Jone Soares (PSDB) foi o primeiro a se manifestar em suas mídias sociais e assegurou que: “Protocolei na última terça-feira uma moção de repúdio ao reajuste. Não haviam sido protocolados documentos ainda sobre o tema. No momento em que falamos de desenvolvimento, ter um pedágio com o valor mais alto do Rio Grande do Sul, não se faz coerente. Inviabilizando assim, a manutenção dos preços de combustíveis, alimentos e até medicamentos. Somos uma região com índices de crescimento abaixo do restante do estado. Já conversei com o deputado Daniel que entrou com uma liminar e faço parte da Frente Parlamentar para que ao menos possamos sustentar o valor de R$12,30. Nossa luta é para que esse aumento não aconteça.”
“Sou contra esse modelo, não aos pedágios. Eles são importantes, qualificam e asseguram as estradas. O problema é o molde, custo e a logística. O contrato da Ecosul é mal feito, desde 1996 sofremos com um documento discrepante. Naquela época já nos dávamos conta que haviam números de praças excessivas dentro do centro urbano e valores absurdos, o que colocaria a metade sul em uma posição de não atrativa para investimentos. Boa parte da nossa produção chega até nós via caminhões, os pedágios não atingem apenas quem viaja, atinge toda população. Atinge o custo dos insumos, dos remédios e dos fretes em geral. Esse valor vai ser repassado ao consumidor através dos produtos, ou seja, de Porto Alegre para baixo tudo é mais caro. A primeira CPI contra os pedágios, eu criei. Recebi inúmeras ameaças de morte, porque me atrevi a mexer com um contrato milionário. Há outro problema grave, esse contrato iria até o ano de 2023, mas quando reeditado o prazo foi estendido até 2026. A Ecosul tem lucro de mais de 25%, sendo que o teto em contratos públicos deveria ser 18%. Além de não haver obrigações de obras. De forma voraz fizeram esse reajuste absurdo. Novamente nossa região foi abalada, vamos entrar na justiça e reivindicar esse mal que estão fazendo ao nosso município. A economia gira sobre rodas.”, assim externou a Vereadora Miriam Marroni (PT).
Confira os novos valores nos pedágios do Polo Pelotas:
Automóveis, caminhonetes e furgões (2 eixos, rodagem simples) - R$ 15,20
Automóveis e caminhonetes com semi-reboque (3 eixos, rodagem simples) - R$ 22,80
Automóveis e caminhonetes com reboque (4 eixos, rodagem simples) - R$ 30,50
Caminhões leves, ônibus, caminhões-tratores e furgões (2 eixos, rodagem dupla) - R$ 30,50
Caminhões, caminhões-tratores, caminhões-tratores com semi-reboque e ônibus (3 eixos, rodagem dupla) - R$ 45,70
Caminhões com reboque e caminhões-tratores com semi-reboque (4 eixos, rodagem dupla) - R$ 60,90
Caminhões com reboque e caminhões-tratores com semi-reboque (5 eixos, rodagem dupla) - R$ 76,20
Caminhões com reboque e caminhões-tratores com semi-reboque (6 eixos, rodagem dupla) - R$ 91,40
Foto: Binho Gimenes